Maturidade

Procuro uma pessoa que tenha orgulho de ser amigo, amante e amor de uma pessoa de 48 anos. Eu já tive 14 anos e exalava beleza e juventude. Eu já tive 25, tinha um pouco de maturidade, mas ainda não tinha aprendido que tudo passa e que a opinião dos outros com o tempo se torna irrelevante. Eu já tive 40 e comecei a vivenciar o preconceito que as pessoas tinham ao ver a juventude se esvaindo e o tempo passando. Parei de sentir culpa pelos erros e tropeços da vida, afinal, errar é humano. Hoje tenho 48, e me orgulho de cada ruga e cabelo branco que tenho. Sou vaidosa sim e procuro sempre estar na minha melhor condição que essa idade possa me oferecer. Eu quero judicialmente o direito de envelhecer, de o cabelo ficar branco, das rugas aparecerem, de entrar na menopausa sem ser molestada, invadida com a exigência da eterna juventude e de um dia, o coração amolecer e eu querer netos. Eu peço e exijo respeito. Velha, Chata? Nunca, madura, senhora, experiente, lúcida e vivida sim. Não trocaria nunca a sabedoria e equilíbrio que adquiri com as experiências vividas no decorrer da minha vida para voltar a ser adolescente. Isso passou, é imaturidade querer isso de volta. Tenho pena de pessoas jovens que nos olham como velhas, assexuadas, infelizes. Eu garanto, somos maduras, fazemos amor e somos felizes. O bom de chegar a essa idade, tendo aprendido direitinho à lição da vida, é: ter o direito de mandar às favas quem não te respeita; de não aceitar ser chamada de louca quando você se revolta com uma injustiça; de sair de situações às quais existe desrespeito e de não se deixar jamais ser colonizada, invadida, essa sim, é uma das melhores partes da nossa idade, dizer: “meu irmão (a), daqui você não passa, porque sua liberdade acaba, quando a minha começa e respeito é bom, eu gosto e exijo!”, Não sou propriedade sua e de ninguém, pois pertenço somente a MIM MESMA !!!!!

Inês Helena
02 de Janeiro de 2015

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