Carlos Arruda – Uma Alma à frente do tempo
Soube ontem, com extrema surpresa, que o grande poeta, aliás, mais do que isso, que essa grande alma chamada aqui na Terra de Carlos Arruda, partiu. Conheci o Carlos por meio do meu querido colega de trabalho Mac Thiago, que um dia chegou ao laboratório de Informática, o apresentando como pai postiço. A sintonia se deu na hora, Em poucos minutos já falávamos de coisas do Além e Aquém, entre outros assuntos, ideias de projeto e etc. Disse a ele que escrevia de vez em quando e ele pediu para ver uma poesia minha. Timidamente, escolhi uma no meu blog e li para ele, muito envergonhada, claro, de mostrar meus rabiscos para esse grande poeta. Para minha surpresa ele disse: Você não apenas “escreve de vez em quando”, você é uma grande poetiza e sempre que podia ele insistia nessa frase, como um mantra. Se alguém me elogiasse, dizendo que eu escrevia bem, ou daria uma boa poetiza, ele corrigia e dizia: Ela já é uma grande poetiza. Em pouco tempo, eu já o acompanhava nas rodas de poesia, trocando sorrisos e abraços por poesias, enfrentando a minha timidez e expondo uma fração da minha alma para os transeuntes. Falar do Carlos Arruda, é falar de sabedoria com humildade, de mansidão com Fortaleza, de autoridade com respeito, de Amor, apenas pelo Amor, sem nada querer em troca. Não cheguei a conviver com ele muito tempo, mas ele acreditou em mim com tanta fé, que tocou minha sensível e assustada alma. Vou terminar essa pequena homenagem, com uma frase que recebi de um amigo querido, quando minha filhinha partiu e acho que vem também a calhar no momento:
“Há corpos de agora com almas de outrora; corpo é vestido, alma é pessoa. É a alma que deve ser focalizada, entendida, esmiuçada porque é nela que se encontra o motor, a máquina que produz o corpo; o corpo esconde a alma como um invólucro esconde o conteúdo.”
Siga sua jornada em Paz Carlos Arruda, aqui ou no além, tanto faz, pois a transição dimensional não muda nossa essência. Um grande beijo fraternal.
Inês Helena