Eu escrevo,
ao que transborda à minha alma.
Como um pote,
que não conseguindo mais guardar a água que lhe enche o corpo,
derrama pelo seu lado externo,
o líquido que não lhe cabe mais.

Eu escrevo,
ao que extravasa do meu coração.
Como um vulcão,
que depois de tanta pressão e expansão de gases,
explode,
aquilo que não pode mais ser contido.

Eu escrevo,
ao que faz entalar a minha garganta e doer o meu peito.
Como um estômago,
saturado de conteúdo doentio,
verto para fora de mim,
tudo e todos que me fazem sentir-se mal.

Eu escrevo,
aos bons momentos da vida.
Como uma semente,
cheia de impeto de nascer,
brota exuberante em vida,
todo o verde que guarda dentro de si.

Eu escrevo,
ao que se expande em meus pensamentos,
por causa da intensidade dos sentimentos,
para celebrar os renascimentos,
e eternizar alguns os bons momentos……

Inês Helena