O refugiado que levou uma rasteira

Li uma reportagem sobre um refugiado que levou uma rasteira de uma repórter europeia. Eles vem fugindo de uma guerra, eles vem se esquivando da morte, eles vem humilhados, pois foram expulsos de seus lares, da sua pátria e chegam vulneráveis emocionalmente em território “seguro” e levam uma rasteira, com uma criança no colo, que inclusive chorou assustada por duas horas. Bem, uma vez já escrevi, que as grandes guerras mundiais, são reflexo das nossas guerras com conhecidos e familiares e de outras que são travadas em nosso íntimo. Assim também sãos as intolerâncias e a falta de acolhida com pessoas que não fazem parte do nosso “clã”, desse ou daquele grupo etc. Isso acontece aqui, conosco, com nossos amigos, com nossos vizinhos e conhecidos. Conheço pessoas que casaram, mas nunca foram realmente acolhidas, queridas e amadas por aquela família da qual, depois do casamento, deveriam fazer parte. Existem famílias que não abrem o coração nem para o pai ou mãe de seus netos, e implicam a vida inteira, praticando a intolerância e não aceitação. Grupos fechados de amigos, raramente acolhem devidamente novos membros, panelinhas se formam, e apesar de aparentar um grupo de conhecidos coesos, apresentam rachaduras, cisões e maledicências entre si. Poucas escolas recebem com carinho e igualdade crianças especiais. Moral da história, como para a humanidade em geral, e para todos nós mesmo, como seres humanos, é difícil acolher o diferente, amar quem não tem nosso sangue, amparar quem achamos inferior, dar a mão aos de outra raça e cultura e principalmente amar incondicionalmente. Fica mais fácil inventar defeitos sobre essa ou aquela pessoa, para justificar porque não abrimos nossos braços e coração.

Inês Helena
25/09/2015

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