Eu e o Barco

Eu sou como àquele barco no ancoradouro,
que tinha uma corda gasta que o prendia ao cais.
Veio uma grande tempestade.
que rompeu-lhe a corda.
Era uma questão de tempo,
o barco se desvencilhar.
Devagar ele foi se afastando,
ficando a mercê das ondas revoltas.
Mesmo chegando a calmaria,
o barco continuava a se afastar.
Mas barco não foi feito para viver à deriva.
Barco tem função de recreio,
transporte
e trabalho.
Mesmo assim o barco aceitou o seu destino,
e foi levado pelas correntes marítimas,
para muito além do horizonte.
Para em algum outro lugar encalhar.
No cais,
quando deram a falta do barco,
puseram-se a lamentar.
Culparam a falta de manutenção da corda,
outros esbravejaram contra a tempestade.
Achavam que podiam evitar o destino incerto do barco.
Mal sabiam,
que para o barco tanto fazia.
Cumprir aqui ou acolá o seu destino.
Destino de barco,
servindo para divertir,
ajudar
ou servir…

Inês Helena
Agosto/2003

Publicado no blog em 13/07/2011.

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