Vídeo de homagem à minha filha Lara que viveu de 07/04/1996 à 17/05/2000.

Sou a favor do livre arbítrio e da livre expressão. / Todos tem o direito de ir e vir, / e serem respeitados pelo o que são. / Ninguém merece ser julgado por não ser heterossexual, rico, branco, bem sucedido e/ou outros atributos que essa sociedade te impõe para seres aceito. / Triste é quem magoa, fere, rouba...

Eu relembro por onde passei, / como um ponteiro de relógio, / que passa por um lugar outrora passado. / Eu relembro porque chorei, / basta me olhar no espelho / e ver o caminho marcado pelo escorrer das lágrimas...

Eu não consegui te acordar, / Do teu sonho, / No meu sonho. / Tenho sede de fé, / Tenho fome de chão, / Aspiro por ti. / Minha alma chora, / Pranteia a minha solidão, / Essa terrível solidão a muitos. / Deixa-me deitar a cabeça no teu peito, / Tocar teus lábios com a minha mão, / Derramar uma lágrima...

Um Piano, / uma música / harmoniosa, / a penumbra. / Teu corpo, / vestido nestas roupas duras,/ de costas para mim. / Quem é você, / que eu nunca vi o rosto ? / Porquê não vem me ver ? / De novo aquela música...

Hoje eu sonhei contigo. / Que alegria prazerosa sentir-te ao meu lado. / Cuidei, beijei, abracei, afaguei, / e em alguns momentos somente admirei. / Quando vieram Anjos ao nosso encontro, senti que partirias novamente. / Nos deram para beber o elixir do esquecimento. / Mas antes de tomarmos eu perguntei: / _São Anjos do Bem ou do mal ?...

Estou pronta / A tempestade de areia feriu minha face, / Mas em momento algum eu vacilei. / Os escombros foram muitos, / mas permanecemos intactos. / Observei aquele rio caudaloso, profundo e de águas escuras, / Ouvindo uma voz dizendo que eu conseguiria, atravessei. / Quanto medo sentia a minha alma, / mas eu consegui...

Escrevi essas poesias no decorrer da minha vida. Ia colocando para fora o que estava instalado na alma e no coração e/ou entalado no peito ou na garganta. Muitas, mas muitas mesmo foram amassadas e jogadas no lixo, pois tinha receio de estar sendo ridícula, mas a maturidade traz a liberdade de não ligarmos...

Existe uma mágoa inerente em mim, / não sei se realmente nasci com ela, / ou se ela veio instalando-se em mim, / devagarzinho, / diante da minha dificuldade de lidar com "nãos"…

Fazia tempo que eu "Nos" procurava, / Poi isso tanto andei, tanto vaguei, / tanto fiz para encaixar o grande no pequeno, / o quadrado no redondo, / o impossível no possível, / o meu sonho na tua realidade. / Esculpi artes bonitas, / escrevi palavras doces, / cópias de um sonho, mas que nunca se tornaram realidade...