Aonde eu morava havia uma goiabeira, / ela ficava no fundo do quintal. / Tinha um tronco viçoso, / frutas grandes e amarelas. / Sua companhia era mágica. / Aonde eu morava havia uma goiabeira, / seu tronco começou a descascar. / Suas frutas não eram mais abundantes, mas a sua companhia ainda preenchia meu ser de alegria...

E essa chuva que insiste em cair, / trazendo lembranças ao meu espírito. / Apesar de assim ser, / não há dor. / Nessa vida, / de tudo se aprende. / Inclusive a enganar a morte. / Seja do corpo, seja da alma. / Aprendi a caminhar sobre brasas, sorrindo…

Depois de uma noite escura, / as sombras se dissipam com as luzes da alvorada. / Assim são as dores que pensamos que nunca vão passar. / De repente descobrimos que aquele leite derramado estava azedo e ia nos fazer mal. / Que aquela máscara que caiu, / iria mais na frente nos assustar...

Oh Minha Senhora, / Oh minha Mãe, / Eu sei tão grande é teu amor e a tua misericórdia por todos aqueles que sofrem e choram, / por isso eu me ofereço toda a vós. / E em prova da minha devoção para convosco, / eu vos consagro neste dia, / meu olhos, meus ouvidos, / a minha boca, os meus anseios, / as minhas dores...

O som da minha alma, / Não é para qualquer ouvido. / Assim como os acordes que vibram do meu coração. / Não que eu queira negar minha melodia cósmica para alguém, / e nem o ritmo que ecoa através de mim. / Mas poucos ouvidos sintonizam minhas notas, / como também poucas pessoas percebem o meu ritmo. / Desse modo, sei em quem posso confiar...